Estar junto das montanhas te dá uma visão daquilo que tínhamos e já não temos mais: a noção de estarmos ligados à natureza.
Faz tempo, eu comecei a planejar uma viagem a Itatiaia, lugar de tantas escaladas que fiz no passado. Será que a polirradiculoneurite permite?
Eu combinei com minha filha de 11 anos que a levaria para conhecer Itatiaia, acampar e escalar rochas.
Consegui permissão para acampar dentro do parque nacional de Itatiaia (feito inédito na "minha carreira"). Viajei para os EUA a trabalho e aproveitei para comprar (de novo) todo o equipamento. Comprei equipamentos de escalada para mim também; resolvi que iria fazer isso de qualquer jeito. Fui ensinando minha filha os princípios da escalada, conversando, treinando "por email" e a expectativa foi aumentando. Estávamos preparados para um frio de até 15 graus negativos.
Finalmente chegou o dia e fomos viajar.
Passamos 4 dias e 3 noites em Itatiaia, pegamos frio de -6 graus, acampamos, cozinhamos, caminhamos e escalamos. Foi ótimo poder sentir de novo um pouco do que eu tinha antes da polirradiculoneurite.
A caminhada até o Morro do Couto foi um pouco dura para alguém com PRN, principalmente na descida onde eu já estava no piloto automático. Nesse dia eu senti um pouco do ácido lático nos músculos e os tendões ficaram doloridos por causa do esforço. Mas valeu a pena.
No dia seguinte ainda estava dolorido, mas deu pra fazer a escalada em rocha.
O saldo foi que eu consegui fazer o que queria e, mesmo com um pouco de dor, valeu a pena.
O tendão direito continua meio sensível, qualquer coisinha inflama, como sempre, mas não está me impedindo de andar.
Voltar a fazer exercícios e caminhar foi muito bom, apesar das dores que não vão embora por completo.
A sensação de ainda poder fazer alguma coisa, muito supera a dor. Mesmo depois desses anos todos. Deu um novo ânimo para continuar lutando com a PRN.
No Parque Nacional do Itatiaia |
Julia Miho no Morro do Couto |
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